Banco do Capeta




Vista parcial do Lagedo.

 Estudos feitos pelo historiador ''Wilson de Sousa Gomes''



Serra do Tira Pressa.
            Partindo daquilo que Marc Bloch (1972) defende, fazemos história de tudo que o
homem tocou, fazemos história dos “homens no tempo” e como tal, nosso projeto
abarca um tema de elevada importância para a sociedade, pois busca quebrar as relações
preconceituosas do homem branco que apesar das transformações sociais e culturais
ainda guardou ou guarda, esse elementos; e dentro do âmbito acadêmico, buscamos de
forma efetiva, ampliar as discussões historiográficas e compreender mais aspectos da
produção cultural humana.
Com isso, percebemos lutas constantes ao longo da vida. E assim, buscaremos construir um debate seguido de uma análise que ofereça esclarecimentos para o meio acadêmico, sempre partindo do princípio de que não estamos com a verdade “absoluta”, mesmo porque ela não existe, lançaremos algumas análises e interpretações passíveis de crítica e comentários, embora sabendo que dentro das ciências humanas e sociais, todos os enunciados partem do ponto de referência onde se lança os discursos. 
    Com isso, fundamentados em referências teóricas, algumas evidências apresentam a passagem do indígena na região do município de Santa Fé de Goiás, em um local denominado de Serra do Tira Pressa, popularmente conhecido como “Banco do Capeta”. De antemão, esclarecemos que nesta análise e debate não iremos interpretar as inscrições na rocha, isso porque exigiria um “trabalho minucioso e refinado de cunho Histórico-antropológico, analisando e pontuando toda a gama cultural e simbólica que possui os “desenhos na rocha”; focaremos nossa atenção no conflito simbólico do branco para com  o indígena” (GOMES, 2007, p. 01).
      Assim, as transformações ocorridas no Brasil têm influência direta nos estados e conseqüentemente nos municípios. Na década de 1970  a 1980 temos um complexo contexto político de transformações ou mutações da cultura popular dessa época, mas tenhamos em mente que as mudanças no cultural são lentas. Discutindo o que Ernest Labrousse apud LE GOFF (1995) nos propõe, formulamos o seguinte pensamento: as mudanças sociais são lentas perante as econômicas e as mentais são mais lentas que as sociais. Apesar das mutações e do desenvolvimento das relações capitalistas, de todo ‘progresso’ e de reflexões políticas e intelectuais, a cultura popular ainda conserva a natureza estrutural do mito dentro do imaginário coletivo, existem traços que a mentalidade carrega inconscientemente. 
      Dessa forma, o interesse por esse tema surgiu a partir de uma visita realizada ao município de Santa Fé de Goiás, com o especialista  em antropologia visual professor Mário Arruda da Costa, no intuito de coletarmos cerâmicas de produção indígena para a produção de um trabalho na disciplina de Temas da Antropologia, do curso de licenciatura plena em história no ano de 2002. Ao chegarmos ao município de Santa Fé de Goiás, na Serra do Tira Pressa, onde está situado o popular “Banco do Capeta”,
encontramos um contexto bem mais amplo, uma leitura equivocada dos elementos inscritos nas rochas, leitura que podemos chamar de “preconceituosa”, pois se baseia numa visão deturpada da realidade humana, onde práticas, ações culturais, são taxadas ou interpretadas como um elemento promistura de misticismo e ficção. E após produzirmos uma monografia para conclusão de curso no ano de 2005, sob a orientação do professor Rodolfo Belchior F. de Paula, concluímos que esse tema deveria ser trabalhado não apenas na graduação, mas sim, estendido ao debate histórico – social do meio acadêmico. 
Assim, deparamo-nos com uma situação em que as pessoas do município supracitados e região têm comportamentos diferenciados, no sentido de que um elemento produzido por outra cultura, causa-lhes medo, e isso produz um contexto conflituoso, a luta do bem e do mal, que é afirmada e propagada pelas instituições religiosas, que molduraram o comportamento educacional humano. Desse modo, alguns
dizem que na Serra do Tira Pressa, no local denominado de “Banco do Capeta”, manifestava-se forças sobrenaturais malignas. Ao depararmos com isso, e, buscando uma problematização dessa realidade trazendo para uma leitura acadêmica, percebemos que havia um ‘problema’ naquele local. Havia uma relação de conflitos entre a visão cristã (bem) e o exótico (profano), e como historiadores, ao encontrar-nos diante de um problema, devemos pesquisar, estudar e buscar compreender esse contexto, pois nisso
“há contexto humano, social, político, até mesmo místico” (BRAUDEL, 1978, p. 273), que deve ser analisado, interpretado e compreendido. Assim, com essa breve citação, percebemos que o historiador, como um homem de seu  tempo, tem de entender o sentido que as pessoas dão aos significados, e que esse por sua vez, tem de importância na sua maneira de pensar e agir, ou seja, qual a influência que isso tem nas suas vidas?  
     Assim, temos em mente que o nosso trabalho está inserido dentro da temática cultura e representação. Pois, ao trabalharmos esse tema estamos analisando a apropriação de discursos que são ordenadores da consciência de homens que viveram nos anos de 1960 e 1980, e isso se encontra dentro  de um contexto verbal, gestual e simbólico, que define as relações étnicas e de poder, que afirma uma identidade em
detrimento da outra, ou seja, a passagem do indígena pelos locais gravados e o homem branco buscando nesse local a conquista, a afirmação da sua cultura em deturpação da outra.
    Como afirmamos acima, na incessante busca cognitiva, nos deparamos com fatos curiosos; como historiadores percebemos lutas constantes ao longo da vida, sejam elas lutas de classes, lutas regionais, culturais,  filosóficas e etc. Assim, tentando valorizar aquilo que nos norteia, temos que essa discussões vem ampliar o debate entorno do conceito de cultura, e para tal feito, recorreremos à historiografia, realizando um debate indagador, sobre a forma de produção e a relação do homem com a cultura que ele próprio criou. E explicar, interpretar e compreender a estrutura mística da região do Médio Araguaia e em especial, no município de Santa Fé de Goiás, no local conhecido como Serra do Tira Pressa e especificadamente no lajedo denominado de “Banco do Capeta”, onde temos um conflito de imagens, gestos e linguagens, que
traduzem a construção simbólica de duas culturas: a cristã e outra indígena ampliando a nossa concepção e compreensão acerca dos “homens no tempo”.
      A historiografia nos oferece produções sobre o assunto, no entanto nossa discussão é focalizada em uma região específica e tem por objeto de pesquisa, a interpretação da representação e simbolismo que compõem a mentalidade cristã sobre o “Banco do Capeta” em Santa Fé de Goiás. Nesse sentido há um grande acervo de fontes orais e arqueológicas, que demonstram a passagem do indígena pela região, ou seja, temos os relatos orais dos moradores que nos apresentam dois fatores: primeiro ao entrevistarmos temos a tradição oral que representa o testemunho que é transmitido de geração para geração; e segundo as experiências vidas pelos entrevistados que traduzindo por algo sobrenatural.


Segundo os mais velhos este sibolo
representa o sol

Este símbolo representa uma pegada
de uma ave. 






          Respeitando as conclusões dos Historiadores, levamos em consideração fatos relatados e vividos por pessoas que na década de 40 que já tinha conhecimento da Historia do Banco do Capeta inclusive pessoas  tendo passado por fatos curiosos e contos que garante ele que são verdadeiros. Há relatos de muitas pessoal que viveu de uma maneira ou de outra aventuras, visões e passando a ser conhecido por varias partes de País e ate em outra Nações.
          Não importa a sua conclusão. Pois, é cientifica e nos acreditamos nos fatos e historia que foram contadas por pessoal que vivenciaram o poder do alem. São historias fantásticas que ainda contarei, inclusive uma vivida por mim. Não interessamos quem fez as gravuras ou símbolos e importante é que o Banco do Capeta existem bem antes de Santa Fé por isso pedimos mais respeito e critérios com as pessoas que te fato viveu e presenciou alguma coisa sobrenatural. Respeitamos os que não acreditam mais pra afirma que é apenas gravuras de índios tem que vir aqui em Santa Fé “Aterra Santa” e fazer entrvista com quem de fato conhece essa real historia.

Velho litro de cachaça (deve ter muitos anos).


Autor: Oldemar José de Moura, Santa Fé de Goias- Novembro de 2011.   

3 comentários:

  1. oi amigo gostei da sua materia , tbm sou d goias e gostaria q vc postasse algumas dessas historias , que eu me enteressei bastante obrigado ate mais

    ResponderExcluir
  2. Estou preparando um site que na minha intenção será mostrar e relatar as beleza naturais de nosso município, tais como: Trilhas, a Serra do Tira Pressa, a estrada do Tira Pressa, sobre nossa economia, sobre politica, enfim fazer aquilo que sempre sonhei... Não deixar nossa historia morrer.

    ResponderExcluir
  3. Oldemar José de Moura "in memorial", foi um grande Santafeense, fiscal de renda e ex vereador de Santa Fé de Goias!
    Obrigado pelos registros, e um abraço à sua família!
    Estive nesse lageado nos anos 90, juntamente com uma equipe expedicionária, que colhia matéria para pesquisar esses símbolos no lageado!
    Sou Santafeense e amo minha cidade!
    Tony Rezek

    ResponderExcluir